Vencendo desafios e a solidão dos Andes
As experiências de Lauri Comparin em uma Road Trip pela América do Sul
As experiências contadas aqui neste site comprovam que toda viagem é possível de ser realizada, desde o momento do sonho, do planejamento, até a hora de pôr o pé na estrada (ou o carro, a moto, a bike, ou o que queiram…). Nosso amigo, Lauri Comparin, acalentou o desejo de atravessar os Andes percorrendo de carro, um caminho que totalizou 22.000 Km, saindo e retornando da cidade de Garibaldi, RS, visitando Argentina, Paraguai, Chile, Equador, Bolívia, Peru e Colômbia.
O planejamento levou mais tempo. Foram dias e dias pesquisando na internet: a distância entre cidades a serem visitadas, alternativas para o caso de haver necessidade de sair da rota, postos de combustíveis, passeios a serem realizados, etc…
O sonho tinha que caber num orçamento para dois meses com o dólar americano a R$ 3,76 no final de 2018 e começo de 2019. A ideia era gastar em média US$100 (cem dólares por dia), com combustível, alimentação e hospedagem, além dos gastos operacionais com documentação e manutenção do carro, pedágios, taxas aduaneiras e passeios.
Entre os desafios enfrentados por Lauri, o maior de todos foi a solidão, como ele mesmo explica no vídeo.
DICAS
Segundo Lauri, para viajar pela América do Sul, o viajante deve providenciar: Carteira de Identidade (com menos de 10 anos de validade); Carteira de Habilitação Internacional, Carteirinha de Vacinação (especialmente de febre amarela) e cópia de diversos documentos (depende de cada país).
Para o carro: Carta Verde (Uruguai, Argentina e Paraguai), Soapex (tipo o DPVAT do chile), SOAT (Peru e Colômbia), Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo no Brasil (prova de que o carro não é roubado).
FURADA
Na Bolívia o viajante é obrigado a registrar os dados do automóvel no SIVETUR (Sistema de Controle de Entrada e Saída de Veículos de Turismo), logo na fronteira. Caso não tenha esse registro, o veículo pode ser apreendido, recolhido para o pagamento de multas e até pode ser colocado a leilão.
Mas, segundo Lauri, no Equador tudo foi muito tranquilo. Ele enfrentou a corrupção dos policiais no Paraguai, na cidade de Coronel Oviedo, onde foi acusado de dirigir carro roubado e de ter várias multas. No final foi liberado depois de “acertar” um pagamento equivalente a R$300,00.
Roteiro Alternativo
Lauri Comparin optou por visitar cidades menores, com saída fácil para as grandes rodovias (carreteras) e postos de atendimentos de caminhoneiros e viajantes de carros. Com esses cuidados, ele evitou grandes deslocamentos entre as atrações traçadas no mapa de viagem e garantiu a segurança pessoal e do veículo.
Lugares especiais
Fotos: arquivo pessoal de Lauri Comparin
- Parque Cretáceo, Sucre, Bolívia – Parque histórico sobre dinossauros, com pegadas preservadas e esqueletos em tamanho real.
- Porta do diabo (Peru) – Cerca de 50 Km do Lago Titicaca – Ruínas da civilização Inca.
- Raqchi (Peru) – Templo dedicado ao Deus Wiracocha – Raqchi fica aproximadamente a 3.500 m acima do nível do mar, a 125 Km de Cusco. Neste sítio arqueológico são encontrados vestígios de construções que serviam para armazenar comida, roupas e armas.
- Ponte Q’eswachaka (Peru) – Construída e reconstruída da maneira Inca original, com um tipo de capim-tecido (q’oya). A primeira ponte data do século XV.
- Montanha Colorida (Peru) – Conhecida também como Montanha de Sete Cores ou Vinicunca. Fica a 100 km de Cusco. A montanha possui diversas tonalidades devido a sua composição química, aos diversos minerais que a compõem.
- Terraços circulares de Moray (Peru) – Pesquisadores afirmam que aqui funcionava um Centro de Pesquisa Agrícola dos Inca, onde cada nível do terreno (3.500 m de altitude) servia para cultivar diferentes sementes de forma experimental.
- Linhas de Nazca (Peru) – Patrimônio Mundial pela Unesco (1994). São geoglifos criados pela civilização de Nazca, entre 400 e 650 d.C.
- Sítio arqueológico Huaca Pucllana (Lima – Peru) – Pirâmides em um bairro da capital Lima, no Peru (bairro Miraflores).
- Montanha e Laguna Churup (Peru) – Para quem tem preparo físico para subir uma montanha de 5.495 m de altitude e apreciar uma trilha até o lago Churup formado pelo degelo dos Andes.
- Laguna Parón (peru) – O Lago Parón fica no Parque Nacional de Huascarán. É o maior lago da Cordilheira Branca, no Andes peruanos e fica a 4.185 m de altitude. Este local marcou a viagem de Lauri por conta do movimento da comunidade em defesa do lago.
- Santuário de Las Lajas – A primeira edificação data do século XVIII. Atualmente o Santuário fica sobre uma ponte de dois arcos que se cruzam sobre o rio Guaitara e une o átrio da basílica com o outro lado do cânion.
- Piedra del Peñol (Colômbia) – Essa rocha fica em Antioquia, no município de Guatapé. Em um dos lados deste enorme monolito foi construído uma escada com 649 degraus.
- Cartagena (Colômbia) – Declarada Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1984. Conhecida pelas muralhas (cidade fortificada), por suas edificações, planejamento arquitetônico militar e pelas esculturas do artista plástico Botero.
- Vulcão de Lodo “El Totumo” – Fica no norte da Colômbia, em Santa Catalina. Turistas aproveitam para tomar banho em sua lama curadora.
- Praia de Santa Marta (colômbia) – Último destino de Lauri, antes da viagem de volta para casa. Paraíso do Caribe, perto de onde nasceu o escritor Gabriel Garcia Márquez e onde viveu o Libertador Simón Bolívar.
Detalhes da Viagem
Distância total com as visitas = 22.000 Km
Média de Km rodados por dia = 500 Km
Tempo de viagem = 62 dias
Período = 05 de novembro de 2018 a 13 de janeiro de 2019
Combustível = 26.000 Km/16 de média = 1.700 litros X R$ 4,40
Alimentação = R$ 62,00 por dia
Custos Operacionais (Carta Verde, pedágios, óleo, taxa aduaneira) = R$ 600,00
Entrada em Parques, guias, carro 4X4 = R$ 2.000,00
Hotel, banheiros, chuveiros = R$ 1.500,00